São tantas histórias. Uma que me marcou muito foi em Bento
Ribeiro (subúrbio do Rio), eu tinha 9 anos. Tinha uma mulher no nosso prédio
muito fofoqueira e eu resolvi armar uma pegadinha pra ela. Peguei um cigarro de
chocolate e a esperei passar. Ela achou que fosse um cigarro de verdade e foi
direto contar para a minha mãe. Subi as escadas rindo, louca pra ver a cara da
fofoqueira e contar que o cigarro era de brincadeira. Minha mãe me perguntou
com uma cara de quem já sabia a resposta: ‘Xuxa, dá pra me dizer que história é
essa de você fumando?’ Eufórica, disse: ‘Mãe, a senhora sabe que eu nunca vou
fumar’. A fofoqueira saiu lá de casa furiosa e quando ela bateu a porta eu ri
muito e contei pra minha mãe o que tinha acontecido.
Em toda minha vida, não quero decepcionar a minha mãe nem
como filha nem como ser humano. Se algum dia eu vir a decepção nos olhos dela,
vai ser o meu pior castigo. Tive muitas oportunidades pra fazer coisas erradas,
mas pensava na minha mãe me olhando e dizendo que sempre estaria do meu lado
porque confia em mim. Essa foi uma das tantas coisas lindas que ela me ensinou:
confiar é a maior prova de amor.”
Fonte: Revista QUEM
